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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A MORTE EM CINQUENTA E QUATRO FRASES

Cena do filme O Sétimo Selo (Dir. Ingmar Bergman, 1957)
– Que a morte me encontre plantando minhas couves, mas despreocupado com ela e ainda mais com minha horta inacabada. (Michel de Montaigne)

– Estou jurado de morte, mas continuo cheio de vida. (Millôr Fernandes)

– A morte de uma pessoa é uma tragédia; a de milhões, uma estatística. (Joseph Stalin)

– Não tenho medo da morte. O que me aterroriza é a aproximação dela. (Oscar Wilde)

– Que vamos morrer todos sabemos; o tempo e a sucessão dos dias é que deixam os homens mais aflitos. (William Shakespeare)

– Melhor morrer de vodka do que de tédio. (Vladimir Maiacovski)

– Aproximo-me suavemente do momento em que os filósofos e os imbecis têm o mesmo destino. (Voltaire)

– A monotonia é a morte. A vida está na variedade. (Machado de Assis)

– A morte é dramática, o enterro é cômico, e os parentes, ridículos. (Millôr Fernandes)

– A morte não é o fim. Sempre resta a briga pelo espólio. (Ambrose Bierce)

– Não é que eu tenha medo de morrer. Apenas não quero estar vivo quando isso acontecer. (Woody Allen)

– Há dois mil anos que Jesus se vinga de nós por não haver morrido em um sofá. (Emil Cioran)

– Todas as decepções são secundárias. O único mal irreparável é o desaparecimento físico de alguém a quem amamos. (Romain Rolland)

– Diz Cícero que filosofar não é outra coisa senão preparar-se para a morte. (Michel de Montaigne)

– Morre-se mais de indigestão do que de fome nos Estados Unidos. (John Kenneth Galbraith)

– Não fui ao enterro dele, mas mandei um bilhete simpático dizendo que deve ter sido um sucesso. (Mark Twain)

– O homem não tem poder sobre nada enquanto tem medo da morte. E quem não tem medo da morte possui tudo. (Liev Nikolayevich Tolstoi)

– A vantagem de morrer moço é que se economiza muitos anos de velhice. (Millôr Fernandes)

Jean-Louis David: A Morte de Sócrates, 1787
– É impossível vivenciar a própria morte objetivamente e cantarolar ao mesmo tempo. (Woody Allen)

– A morte é a única coisa que ainda não conseguimos vulgarizar por completo. (Audous Huxley)

– A morte deve ser como a anestesia geral. Estamos aqui um dia e de repente apagamos. That’s all, folks. (Paulo Francis)

– Todas as tragédias terminam em morte e todas as comedias em casamento. (Lord Byron)

– Maldita lei! A maioria dos meus concidadãos é o triste resultado de um aborto não realizado. (Karl Kraus)

– Uma das poucas razões porque morrer me incomoda é nunca mais ouvir Cole Porter. (Paulo Francis)

– O homem morre a primeira vez quando perde o entusiasmo. (Honoré de Balzac)

– A morte, esse inverno... (William Shakespeare)

– Está morto. Podemos elogiá-lo à vontade. (Machado de Assis)

–Velório é um defunto cercado de piadas por todos os lados. (Max Nunes)

– Quando terminou o velório, teve-se a impressão que o morto ficou mais aliviado (Stanislaw Ponte Preta, pseudônimo de Sergio Porto)

– Tenho pensado muito na morte. Tomara que a recíproca não seja verdadeira. (Pepe Melo)

– A morte se espalha tanto, ocupa tanto lugar, que não sei mais onde morrer (Emil Cioran)

– Não era medo da morte, podia ser amor da vida, que é um sinônimo. (Machado de Assis)

– A morte é uma das poucas coisas que podem ser feitas simplesmente deitando-se. (Woody Allen)

– Os mortos não se reconheceriam se pudessem ler seus necrológios. (Carlos Drummond de Andrade)

– Os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a perda do patrimônio. (Maquiavel)

– Talvez a morte tenha mais segredos para nos revelar que a vida. (Gustave Flaubert)

– Os cisnes cantam antes de morrer. Algumas pessoas deviam morrer antes de cantar. (Samuel Taylor Coleridge)

– Se Deus realmente ajuda a quem cedo madruga, ninguém seria fuzilado, eletrocutado ou enforcado às cinco da manhã. (Joel Silveira)

– A morte é menos temível que nada, se houvesse alguma coisa menos que nada. (Michel de Montaigne)

– Morte e vulgaridade são as duas únicas coisas que não se explicam no século XIX. (Oscar Wilde)

– A morte parece menos terrível quando se está cansado. (Simone de Beauvoir)

– Naturalmente concluis que ele ficou alegre com a morte do homem, espécie de vingança que os corações adversos e fracos tomam em falta de outra. (Machado de Assis)

– Quando a indesejada das gentes chegar / (Não sei se dura ou caroável), / Talvez eu tenha medo. / Talvez sorria, ou diga: / - Alô, iniludível! / O meu dia foi bom, pode a noite descer. / (A noite com os seus sortilégios.) / Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, / A mesa posta, / Com cada coisa em seu lugar. (Manuel Bandeira: Consoada)

– Por que ter medo da morte? Enquanto somos, a morte não existe, e quando ela passa a existir, deixamos de ser. (Epicuro)

– Só se morre uma vez. Mas é para sempre. (Millôr Fernandes)

– Não se vive nem mesmo uma vez. (Karl Kraus)

– Em cada despedida existe a imagem da morte. (George Eliot)

– Não há razão para descansar. Para isso, afinal, temos a eternidade. (Dom Helder Câmara)

– Estou morrendo como vivi: acima de minhas condições. (Oscar Wilde)

– Ao término do jogo, o rei e o peão voltam para a mesma caixa. (ditado italiano)

 – Eu não tenho medo de morrer, eu tenho raiva. (Henfil) 

– Não seriam homens se não fossem tristes. A vida deles tem de morrer. Toda a riqueza deles é a morte, que os obriga a ser industriosos, a lembrar e prever. (Cesare Pavese)

– Não é que eu não quero morrer, mas a vida é um hábito difícil de largar. (Terry Pratchett)

Não quero atingir a imortalidade com meu trabalho, mas sim não morrendo. (Woody Allen)



quinta-feira, 17 de setembro de 2015

ESTAÇÃO ATOCHA

Adam Gordon, protagonista e narrador de Estação Atocha, romance de Benjamin S. Lerner, com seu espanhol lacunar, está morando em Madri. Vive de uma bolsa de estudos, concedida por uma fundação universitária e/ou literária. Deve desenvolver alguma atividade acadêmica – embora ninguém (nem mesmo ele) tenha conhecimento do conteúdo desse projeto. Talvez seja traduzir vários poetas espanhóis para o inglês, talvez seja escrever um longo poema inspirado por Espanha. Enquanto isso não se aclara, o rapaz procura manter um fio de conexão com a realidade objetiva com a ajuda dos cinco cavaleiros do apocalipse: café, tabaco, álcool, haxixe e anfetaminas.

Adam é um artista que finge ser artista. Um trapaceiro e/ou tapeceiro de equívocos e mal-entendidos. Simultaneamente, com olhos aguçados para a contemporaneidade (estágio histórico onde o lirismo e a crueldade dividem corações e mentes em pedaços coloridos), o seu olhar oscila entre a sensibilidade extrema e a insensibilidade absoluta. Seus passeios pelos museus espanhóis são eventos analíticos de grande profundidade, a vontade de unir os estilhaços desencontrados de um mosaico que está condenado ao desaparecimento. Esses momentos, que projetam um passeio por algum parque de diversões, são relâmpagos que fornecem contorno ao terreno movediço em que a poesia e a prosa se desencontram. Em compensação, a Espanha é um enigma que ele não quer solucionar.   

Benjamin S. Lerner
Estação Atocha celebra a prosa vertiginosa, o discurso fragmentado, imenso/intenso solilóquio sobre a impossibilidade (de decidir, de amadurecer, de amar). Flerte com o abismo da ininteligibilidade. Em alguns momentos parece se desequilibrar. Mas, retoma o controle. Recupera a sanidade. Tudo se faz lúcido, lúdico. Impossível deixar de pensar no prazer que contorna esse viver em agonia, no suplício que margeia esse impasse. Senti o formato da dor, mas não a dor em si, Adam repete para si mesmo, como se esse tipo de pensamento servisse para alguma coisa, além de tentar justificar o injustificável. Tudo é miragem, ilusão, névoa, outro cigarro de haxixe.

O fluxo narrativo proposto por Adam lembra, de uma maneira ou outra, o cenário delirante dos livros de Jack Kerouac e/ou William Burroughs, dois dos poetas/profetas luminosos em que o estranhamento e o reconhecimento literário são uma constante. As ideias são semelhantes, mas diferentes. Muito diferentes. Nenhum dos representantes da Geração Beat se preocuparia em propor arrependimento, nenhum deles escreveria Felizes eram as épocas em que o céu estrelado representava o mapa de todos os caminhos possíveis, épocas caracterizadas por uma integração social tão perfeita que, para conectar o herói à totalidade, não eram necessárias as drogas. Eles procuravam outras coisas, o prazer sem culpa, por exemplo. Por isso, esse “insight” de Adam, negando o hedonismo em que ele está mergulhado, acena para a incompatibilidade que existe ente o mundo objetivo e o mundo em que os heróis perdem a substância – transformados em figuras de papel, destinadas a desaparecem no tempo e no afeto que somente os livros podem produzir. 

Estação Atocha, em Madrid
No dia 11 de março de 2004 ocorreu um atentado terrorista na Estação Atocha, o complexo ferroviário localizado próxima da Plaza del Emperador Carlos V, em Madri. Três bombas detonaram dentro do trem 21431, que estava dentro da Estação. Quatro bombas foram deflagradas dentro do trem 17305, que estava a meio quilometro de Atocha. Morreram 191 pessoas e 1700 ficaram feridas. 

Adam, envolto em uma nuvem de ataraxia, parece não acreditar que está participando de um momento histórico, o 11-M, equivalente espanhol, em dor e sofrimento, ao 11 de setembro estadunidense. Falta-lhe sensibilidade política para entender os sentimentos do Outro: As pessoas gritavam palavras de ordem que diziam que aquilo não era chuva, e sim Madri chorando, e eu achei o slogan complexo demais para ter surgido espontaneamente. Teresa, Arturo e Rafa estavam gritando também, e eu me juntei a eles, mas minha voz me soou desafinada, falsa, e temi que ela sobressaísse demais, que não se confundisse com as outras. Deslocado, ele quer estar em outro lugar. Quer fugir. Nenhuma novidade em quem, em alguns momentos, se comporta como um adolescente. Ou como um estadunidense, liberto das amarras familiares, que ambiciona permanecer "chapado" o máximo de tempo possível. Enfim, o comportamento típico de alguém que se recusa a encarar a vida adulta. 

Cultivando a imaturidade e o egoísmo, incompetente para escolher entre Isabel e Teresa, as duas mulheres que o assustam e o excitam, Adam faz reflexões sobre a ausência de estabilidade econômica. Sem muito esforço, percebe que o valor dos indivíduos está atrelado com a capacidade de consumo. Viver custa caro – independente dos múltiplos significados que acompanham essa constatação.

Monumento em homenagem às vítimas
do atentado de 11 de março de 2004
Estação Atocha é um romance a-pós-a-moderna-idade, embora esteja sedimentado na tradição burguesa de relatar a epopeia do anti-herói, do sujeito que ambiciona quebrar todas as regras do bom comportamento e que fracassa da mesma maneira que fracassaria se fosse bem comportado. Sobra o percurso e a sensação de que estava escorado em algum tipo de justificativa. Não por acaso, Adam observa que Minha pesquisa me ensinara que esse tecido de contradições que constituía a minha personalidade era, na melhor das hipóteses, um poema, em que por “poema” se entende a incapacidade da linguagem de cumprir a potencialidade que ela mesma afigura; só então minha desonestidade constituiria um projeto, e não apenas uma patologia; só então minha autoalienação seria definida como crítica, estética, em vez de ser um efeito colateral do que os experts definiriam como um problema de dependência de substâncias psicotrópicas, definição bastante apropriada, que tem origem não tanto no meu anseio de evadir do real, mas no meu desejo de ter um pretexto químico para suprir a indisponibilidade do real.

Nas páginas finais, ao ver que alguns de seus poemas, traduzidos ao espanhol, foram publicados, Adam comenta que o livro ficou Esteticamente lindo, com uma qualidade anacrônica, apropriada a um veiculo de comunicação defunto. Talvez ele tenha razão, a literatura impressa está morta – mas,... Sem se importar com os esforços necrófilos, a ficção continua produzindo bons livros. Estação Atocha é um bom exemplo.

Interior da Estación de Atocha, em Madrid

TRECHO SELECIONADO


Durante aquele período, todos os períodos parecidos de minha vida eram evocados para formar uma linha contínua, ou pelo menos uma constelação, e assim, em vez de formar apenas o tênue tecido conectivo entre as épocas mais significativas, eram estas épocas que se tornavam meros ligamentos. Não eram os pequenos milagres líricos, tampouco as feridas, que se ramificavam, luminosas, a constituir a vida, mas aquela outra coisa, o que quer que fosse; e essa outra coisa era falsificada por qualquer forma de discurso, escrita ou pensamento que enfatizasse os acontecimentos precisamente localizados no tempo em que se realizavam. Mas tudo isso era verdade apenas nesses períodos aparentemente suspensos no tempo; sempre podia acontecer que figura e fundo se invertessem, e assim que você estivesse tomado por alguma sensação forte, beijo ou abalo que fosse, de repente a vida voltava a ser composta exclusivamente por momentos desse tipo, ardendo sempre com essa chama intensa e densa como quartzo. Mas momentos assim eram igualmente difíceis de representar porque já constituíam literatura prêt-a-porter, porque a facilidade com que podiam ser representados acabava dominando e substituindo a experiência: onde a vida deveria ser mais imediata, quando o presente conseguia se afirmar com violência, a vida se encontrava no cúmulo de sua banalidade, governada por regras aristotélicas, de modo que não era possível estabelecer um contato com a realidade, mas só representar tal realidade diante de um público imaginário. 

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O PRÓXIMO DA FILA

São as tragédias familiares que causam mudanças significativas na vida. O Próximo da Fila, primeiro romance de Henrique Rodrigues, está centrado em, pelo menos, dois desses momentos complicados em que o instinto de sobrevivência precisa ultrapassar o poder de sedução do abismo. Diante das dificuldades, tudo se transforma em provação. Ou melhor, em superação.

O Próximo da Fila constitui uma versão brasileira do mito do paraíso perdido – retratada pelos olhos de um adolescente de classe média, que, em razão da morte do pai, precisa se reinventar como adulto. Diante de inesperada dificuldade econômica, a sua família começa a procura por alternativas para sobreviver. Pressionado para ingressar – prematuramente – no mercado de trabalho, o protagonista e narrador (inominado, em primeira pessoa) consegue o primeiro emprego em 1993, em uma lanchonete de fast-food. Ingênuo, sem preparação (teórica ou prática) para entender as sutilezas que envolvem as engrenagens capitalistas, o protagonista, em um primeiro instante, não percebe que a empresa adota um esquema de produção voltado à maximização dos lucros e ao rebaixamento da mão-de-obra – todos aqueles que não se adaptam ao “padrão” proposto pela franquia são descartados. Assim, contrariando toda a sua experiência anterior, adquirida em âmbito restrito (família, escola, vizinhança), as relações sociais ficam atreladas ao desempenho profissional. Todos os seus colegas de trabalho são sombras que surgem e desaparecem com o passar do tempo. Mesmo aqueles que conseguem romper com a transitoriedade, e participam de algum episódio incomum, acabam sendo esquecidos.     

Henrique Rodrigues e o primeiro emprego
Misturando ficção e realidade, o romance fornece uma interessante perspectiva de quanto se torna penoso superar a adversidade – produzida por fatores que não podem ser controlados. Essa experiência (de vida, profissional, afetiva) deixa “marcas nas mãos”. O rebaixamento econômico contrasta com a riqueza emocional. O leitor comum, guiado pelo sensorial, encontra elementos de empatia na narrativa – e, de maneira pouco auspiciosa, constata que a luta dele (do protagonista), em muitos aspectos, pode ser uma espécie de representação da sua (leitor). Principalmente, se esse leitor não estiver no topo da pirâmide social. Eu nunca coube no espaço da felicidade simples, afirma o protagonista.

Uma das características “visíveis” de O Próximo da Fila se apresenta na lenta transição da vida coletiva para a vida individual. O ambiente doméstico (parte inicial da narrativa) se decompõe no cenário público (a lanchonete). Enquanto as discussões caseiras (envolvendo a mãe e as tias) se concentram na superação das dificuldades financeiras, os laços familiares se mantêm intactos. Depois que o protagonista começa a trabalhar na lanchonete, a tensão diminui, mas a introspecção predomina. Tudo fica um pouco mais melancólico. Esse fenômeno contamina, inclusive, os personagens mais significativos. As divertidas idiossincrasias das duas tias desbotam, perdem a importância, desaparecem. A mãe também vai esvanecendo. As poucas intervenções maternas ocorrem em momentos pontuais. O mundo conhecido perde a sua dimensão integradora. A paixão se transforma em algo negativo, próximo do indescritível. Apenas a namorada consegue fornecer alguma substância aos relacionamentos afetivos do protagonista. Nas páginas finais do romance, sobra apenas o narrador – e o seu relato.

No intervalo entre a primeira e a segunda tragédia, há espaço para descobrir, entre outras preciosidades, que a máquina usada para moer a carne dos sanduíches também serve para moer sentimentos. Embora não seja exatamente isso o que acontece em O Próximo da Fila, as páginas finais do livro servem para avisar que a decepção e a crueldade estão bem próximas.


 

Henrique Rodrigues é um daqueles escritores que domina a difícil arte de escrever fácil. Ou seja, ele cria a ilusão de que não é necessário fazer esforço para produzir um bom texto. Em O Próximo da Fila (com economia de elementos narrativos, bons diálogos e um enredo criativo) construiu um bildungsroman (romance de formação) de ritmo contagiante e que têm como maior qualidade o ponto de vista de um personagem de baixa extração econômica (fato raro na literatura brasileira contemporânea, que costuma se concentrar nas “riquezas” burguesas). Escreveu vários livros infantis e juvenis, e o livro de poemas A Musa Diluída. Organizou as antologias de contos Como se Não Houvesse Amanhã (inspirada em canções da Legião urbana) e O Livro Branco (inspirada em canções dos Beatles).