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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

WELCOME TO COPACABANA & OUTRAS HISTÓRIAS

Os cartões postais praticamente desapareceram do universo afetivo, epistolar e filatélico. Não servem nem mesmo como recordações de algum lugar bonito ou de tempo longínquo. Os meios de comunicação produzidos pela modernidade se tornaram mais rápidos e eficientes – e aqueles pedaços de papel cartonado foram reduzidos a objetos evanescentes que encontramos perdidos dentro de algumas gavetas. 

É isso. Ou quase isso.

A comparação entre alguns livros e os cartões postais surge de forma natural. Ao escolher ambientar alguns textos em cenário de filme hollywoodiano, vários escritores contemporâneos conseguem mostrar para o leitor uma bela estampa. Mas, infelizmente, a qualidade do texto que acompanha a fotografia não possui conexão eficiente com o que está sendo narrado.

Um exemplo dessa teoria pode ser encontrado em Welcome to Copacabana & Outras Histórias, de Edney Silvestre. Ao reunir 20 contos, de temas diversos e pouca unidade entre si, o autor ambienta a sua ficção em lugares paradisíacos (Rio de Janeiro, Paris, interior da Itália). Complementando a atmosfera, não há economia nos penduricalhos: hotéis cinco estrelas, marcas de carros, culto às grifes comerciais, citações de cenas de filmes ou de livros, lições superficiais de história e geografia. Desse caldeirão, sobressai uma erudição pouco útil e que parece ter função decorativa. Por isso, visando não comprometer a proposta estética, quase todos os contos possuem um andamento narrativo água-com-açúcar. Os diversos narradores, como se fossem jornalistas que procuram expor os fatos sem emitir qualquer tipo de conclusão, evitam (sempre que possível) se comprometer com temas que possa causar discussões. O livro, em lugar de oferecer transgressão ou um pouco de humor, adota o clichê como característica fundacional.

O volume abre e fecha com a história que une afetiva e comercialmente Regina e Olga (Welcome to Copacabana e Apenas uma Mulher de Negócios). As mesmas personagens também aparecem no meio do livro (Não Tocam Mais Edith Piaf em Paris). São facetas do curioso encontro entre a viúva ressentida e a russa falsificada. A viúva tem como objetivo existencial ir passear em Paris, a russa quer ajuda na administração de sua agência de acompanhantes masculinos. Prostituição gourmet. Depois de superarem alguns percalços, as duas mulheres conseguem encontrar um denominador comum. Ao som das canções de Charles Trenet e Edith Piaf. Comprovação de que sem um pouco de banalidade não se pode entender a união entre elegance avec decadence.

Os pontos altos do livro estão demarcados nas narrativas Ben que Olhava o Trem, Dentro da Guerra, Uma Mulher no Exílio e Noite no Texas. No primeiro conto, a história de um demiurgo. Abandonado pela mãe, o menino se torna morador de rua. Vivendo com outras crianças, atenua a situação de vulnerabilidade com alegria e poderes curativos. Belo exemplo de realismo mágico, onde lirismo se opõe à perversidade urbana. No segundo, ambientado em território conflagrado, o horror se manifesta de forma explicita, sem grandes explicações sociológicas para o instinto selvagem que habita o interior da miséria humana. Com uma didática impressionante, a protagonista vai esmiuçando as perdas que acompanham as guerras. A terceira história tem sabor de thriller, apesar do final previsível. O quarto conto se concentra na epopeia de um homem que, ao tentar entrar em Estados Unidos, é confundido com um matador de aluguel.

O restante do livro não convence, inclusive por que em alguns contos nota-se um tom discursivo e uma aspereza que talvez estejam no lugar errado. Por fim, há crônicas travestidas de contos e contos que violam a regra básica: menos é mais. Também há uma narrativa de ficção científica e duas sobre a ambiguidade sexual.


Em Welcome to Copacabana & Outras Histórias faltam histórias mais envolventes, sobram cartões postais.  

TRECHO ESCOLHIDO

Pararam de rir quando o menino deu as costas ao ajuntamento e se foi para o outro lado da abertura do muro, exausto, emburrado de tantos a segurá-lo, puxá-lo, falar-lhe e pedir-lhe coisas incompreensíveis. Não tardou a distrair-se e alegrar-se diante do vaivém das locomotivas a puxar e empurrar vagões.

Quando vieram chamar por ele, não quis ir. A molecada terminou por arrastá-lo de volta ao beco, onde um homem urrava, sentado sobre uma poça de sangue.

O menino parou de se debater, soltou-se, foi ao homem.

Viu que o sangue saía de um furo na parte de cima da perna, outro na parte de baixo. Agachou-se. Enfiou o dedo no orifício da coxa. O homem estremeceu. Imediatamente se calou. Fechou os olhos. 

O menino sorriu.

Quando retirou o dedo, trouxe com ele um objeto de metal. 

O homem sentado na poça de sangue abriu os olhos apenas a tempo de ver o menino enfiar um dedo da outra mão em sua panturrilha e dali retirar outra cápsula de chumbo e lhe estender as duas balas de revólver. 

O menino agora ria. Ria.

O assaltante baleado segurou as duas mãozinhas sujas de fuligem e sangue. acreditou sentir uma corrente elétrica a percorrer seu corpo, sacudiu-se todo, começou a chorar, no princípio manso, logo soluçando, enquanto se erguia um pouco, escorregando na poça do próprio sangue, finalmente apoiando-se sobre as palmas das mãos, ajoelhando-se e baixando a cabeça até encostar a testa nos pés descalços do menino. À volta deles as vozes diminuíram. Se calaram. 

E foi assim, um, depois outro, depois mais outro, todos no beco da molecada, mas não apenas os meninos e as meninas, todos, moços, velhos, todos foram se calando, se ajoelhando e baixando a cabeça até todos, todos encostarem as testas no chão. 

Quando a polícia chegou, encontrou o beco vazio. Mesmo as manchas de sangue tinham desaparecido.  

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

O DONO DO JOGO

No universo esportivo, o xadrez é o campeão na produção de malucos. De cada dez jogadores, no mínimo três, talvez quatro, possuem algum tipo de distúrbio mental. E raramente são “probleminhas”, desses que se corrige com meia dúzia de sessões de terapia no psicólogo. Nem mesmo o tênis, famosíssimo por produzir “figurinhas carimbadas” no mundo das excentricidades, consegue rivalizar com o jogo de tabuleiro. De acordo com o campeão mundial (1985-2000) Garry Kasparov (nascido Garry Kimovich Weinstein), Xadrez é tortura mental.

Por outro lado, George Steiner, em um ensaio clássico, Uma Morte de Reis, afirma, com todas as letras, que somente teve conhecimento de três momentos intelectuais em que a genialidade se manifesta na juventude: a música, a matemática e o xadrez. Descontando certas particularidades, as três formas “artísticas” caminham na mesma direção. E isso sinaliza para que um raio de esperança se projete no manicômio geral. Na contramão, muitos jogadores de xadrez conseguiram (mais ou menos) romper com o estereótipo que liga o jogo com as insanidades. Por exemplo, o inglês John Nunn tornou-se doutor em matemática (ele é responsável por importantes contribuições teóricas), o alemão Robert Hūbner é doutor em arqueologia, o russo Mark Evgenievich Taimanov era concertista internacional de piano e o letão Mikhail Nekhemievich Tahl ostentava o título de mestre em literatura russa. As contribuições do engenheiro russo Mikhail Moiseyevich Botvinnik nas áreas de robótica e inteligência artificial (ainda hoje) não podem ser ignoradas. Então, descontadas as exceções, a questão, obviamente, está em canalizar as qualidades do jogo (cognição intelectual, principalmente em relação ao cálculo e à espacialidade) com o mínimo de dano cerebral. Nem sempre isso é possível.

Reykjavik, Islândia, 1972
Quem tiver curiosidade para conhecer uma versão da vida do campeão mundial de xadrez (1972-1975) Robert James Fischer deve assistir O Dono do Jogo (Pawn Sacrifice. Dir. Edward Zwick, 2015). E, obviamente, procurar, logo depois, pela bibliografia adequada, pois o filme apresenta alguns desvios factuais. Por questões relacionadas com roteiro, há um nítido enfoque na patologia paranoide que alimentou parte da genialidade do jogador estadunidense.

Fischer (interpretado por Tobey Maguire) tinha uma obsessão: tornar-se campeão mundial. Não mediu esforços para que isso se transformasse em realidade. Em seus delírios persecutórios, criou centenas de culpados por alguns de seus malogros. Algo similar ao dividir o mundo entre aqueles que estavam do seu lado e os que estavam contra. Simultaneamente, o zênite dessa história ocorre durante o ápice da “Guerra Fria”, que foi o conflito ideológico e econômico entre a União das Republicas Socialistas Soviéticas e Estados Unidos. Como cada uma das partes puxou a brasa para sua sardinha, incluindo nesse pacote telefonemas do Henry Kissinger, clamando para que Fischer fosse defender a “democracia”, o match do século adquiriu uma importância política que, em outras circunstancias, não passaria de uma série de partidas entre dois lunáticos.

Bobby Fischer, em 1957 (14 anos).
O embate ocorreu entre os dias 11 de junho e 03 de setembro de 1972, em Reykjavik, capital da Islândia. O adversário de Fischer foi o russo Boris Vassielevich Spassky (interpretado por Liev Schreiber) – e que o filme transformou em uma sombra anódina, quase um robô, eternamente de óculos escuros e cercado por guarda-costas. O score dos jogos anteriores entre os dois era assustador: três a zero para o russo (Mar del Plata, 1960; Santa Mônica, 1966 e Siegen, 1970). E que aumentou no inicio do “match”: Fischer cometeu um erro crasso na primeira partida e não compareceu na segunda. Pelas regras vigentes na época, o estadunidense deveria ser desclassificado por abandonar a competição. Depois de muitas conversações e de concessões aos pedidos absurdos de Fischer, que reclamava de tudo e de todos (incluindo várias discussões sobre dinheiro, poltronas, luzes e câmeras de televisão), as partidas foram reiniciadas. E o que aconteceu em seguida foi uma espécie de tsunami. Fischer se impôs com grande facilidade. Com exceção da décima-primeira partida, quando Spassky recuperou um pouco da dignidade, a devastação foi completa. Os fatos estão sintetizados no resultado final: 12,5 x 8,5 (sete vitórias de Fischer, três de Spassky e onze empates).

William James Lombardy
No filme, ao redor de Fischer orbitam duas pessoas: o seu “segundo”, o padre William James Lombardy (interpretado por Peter Sarsgaard), campeão mundial juvenil de 1957, o único estadunidense que havia vencido Spassky anteriormente, e o advogado Paul Marshall (interpretado por Michael Stuhlbarg). Os dois são testemunhas dos diversos surtos psicóticos de Fischer – que, em outro contexto, provavelmente deveria ser internado em alguma instituição para pessoas com problemas mentais.

Do ponto de vista enxadrístico, as partes mais divertidas do filme são as partidas que Fischer e Lombardy jogam nos intervalos dos torneios. Sejam em ritmo “blitz” ou “às cegas”, retratam um mundo onde qualquer outro tipo de entretenimento é excluído – aos jogadores só interessa o jogo! Enfim, como escreveu Ricardo Reis (também conhecido como Fernando Pessoa), Ardiam casas, saqueadas eram / As arcas e as paredes / Violadas, as mulheres eram postas / Contra os muros caídos, / Trespassadas de lanças, as crianças / Eram sangue nas ruas.../ Mas onde estavam, perto da cidade, / E longe do seu ruído, / Os jogadores de xadrez jogavam / o jogo de xadrez. Nesse sentido, o roteiro de O Dono do Jogo foi construído através de uma forma que insinua que Fischer perdeu para Spassky, em Santa Mônica, em 1966, porque cometeu uma transgressão: em lugar de se concentrar na partida, fez sexo pela primeira vez no dia anterior. Total bobagem. Aliás, alguns biógrafos dizem que Fischer havia resolvido a questão sexual seis anos antes, em Buenos Aires, talvez o pior torneio de sua vida (ficou em 14º lugar e das dezenove partidas que jogou, venceu três, perdeu cinco e empatou onze). Conta a lenda que depois desse desastre passou a considerar as mulheres como uma distração a ser evitada!

Boris Vassielevich Spassky,
em 1948 (onze anos)
Como curiosidade enxadrística, O Dono do Jogo é um filme que não pode ser desprezado, embora ignore diversas questões – como o fato de que tanto Fischer quanto Spassky não tiveram a figura paterna presente em suas infâncias e que o xadrez foi uma maneira de superar essa falta. Guardadas as devidas diferenças, eles eram faces da mesma moeda. Outro aspecto relevante, para quem têm um mínimo de conhecimento da história do jogo, está em certas anomalias apresentadas pelo filme. Por exemplo, colocar Fischer reclamando que os russos faziam “jogo de equipe” em 1962, na competição realizada em Varna, Bulgária, configura uma idiotice. A Olimpíada de Xadrez é um torneio por equipes!


P.S.: para quem tiver curiosidade, a dupla cinema e xadrez pode ser encontrada em: Lances Inocentes (Searching for Bobby Fischer. Dir. Steven Zaillian, 1993), Fresh – Inocência Perdida (Fresh. Dir. Boaz Yakin, 1994), O Último Lance (The Luzin Defence. Dir. Marleen Gorris, 2000. Baseado em uma novela de Vladimir Nabokov), Xeque-Mate (Joueuse. Dir. Caroline Bottaro, 2009. Baseado no romance de Bertina Henrichs), Jogada de Rei (Life of a King. Dir. Jake Goldberger, 2014).

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

OUTRAS CINQUENTA E CINCO MÁXIMAS E REFLEXÕES DO MARQUÊS DE MARICÁ

– Não é livre quem não tem suficiente inteligência para haver ou defender a liberdade.

– A razão no homem é como a luz do pirilampo: intermitente, pequena e irregular.

– A sabedoria é reputada geralmente pobre, porque se não podem ver os seus tesouros.

– É mais seguro escrever do que falar. Falando, improvisamos; para escrever, refletimos.

– Os sábios enganam-se pensando que são compreendidos por todos, os ignorantes presumindo que todos ignoram o que eles sabem.

– É fácil governar os homens pelo terror; mas é difícil fazê-lo por muito tempo e impunemente.

– O princípio das democracias não é a virtude, mas o ciúme ou a inveja: desejando cada um ser rei, todos se opõem e não consentem que o haja.

– Quem atraiçoa o seu rei não é leal a mais ninguém.

– Quando se faz da traição virtude, ela vegeta em toda parte e sufoca a lealdade.

– Sucede nas revoluções como nas loterias: a perda é de muitos, o ganho de poucos e, em geral, os mais indignos.

– Há verdades que é mais perigoso publicar do que foi difícil descobrir.

– Nos partidos políticos a calunia é moeda corrente que circula sem o menor escrúpulo nem reserva.

– Desprezamos ordinariamente as opiniões alheias quando se não conformam com as nossas.

– Os nossos inimigos contribuem mais do que se pensa para o nosso aperfeiçoamento moral. Eles são os historiadores de nossos erros, vícios e imperfeições.

– O silêncio ainda que mudo é frequentes vezes tão venal como a palavra.

– Vivemos como andamos, querendo guardar equilíbrio e escorregando frequentes vezes.

– A maledicência pode muitas vezes corrigir-nos, a lisonja quase sempre nos corrompe.

– A ignorância tem seus bens privativos, como a sabedoria seus males peculiares.

– Quando a consciência nos acusa, o interesse ordinariamente nos defende.

– Queixam-se muitos de pouco dinheiro, outros de pouca fortuna, alguns de pouca memória, nenhum de pouco juízo.

– Há muita gente infeliz por não saber tolerar com resignação a sua própria insignificância.

– Como a luz em uma masmorra faz visível todo o seu horror, assim a sabedoria manifesta ao homem todos os defeitos e imperfeições da sua natureza.

– O prazer da vingança é semelhante a alguns frutos, cuja polpa é doce na superfície e azeda junto ao caroço.

– Os cortesões vivem sonhando e morrem de pesadelos.

– Os benfeitores imprudentes fazem beneficiados ingratos.

– A virtude remoça os velhos, o vício envelhece os moços.

– Há homens que de repente crescem e avultam, como os cogumelos, pela corrupção.

– A mocidade é temerária; presume muito porque sabe pouco.

A Sagração de Dom Pedro II,
óleo sobre tela de Araújo Porto-Alegre, 1840
– Em tese geral não há homem feliz sem mérito, nem desgraçado sem culpa.

– Há mentiras que são enobrecidas e autorizadas pela civilidade.

– Fingimos desprezar a morte para ocultar o horror que ela nos causa.

– Poucas mulheres se reconhecem feias; nenhum homem, tolo.

– As sociedades humanas deixam de existir ou se dissolvem quando os vícios e crimes sobrepujam as virtudes.

– O amor, como o menino, começa brincando e acaba chorando.

– Os velhacos têm por admiradores todos os tolos, cujo número é infinito.

– O pobre lastima-se de querer e não poder, o avarento se ufana de que pode – mas não quer.

– Ordinariamente tratamos com indiferença aquelas pessoas de quem não esperamos bens nem receamos males.

– Os homens se disfarçam– como as mulheres se enfeitam – para agradarem ou enganarem.

– Folgamos com os erros alheios como se eles justificassem os nossos.

– Há certos passatempos e prazeres ilícitos que censuramos nos outros, mais por inveja do que por virtude.

– O luxo, assim como o fogo, tanto brilha quanto consome.

– Há homens que se tornam importunos, desejando laboriosamente parecer corteses.

– Quase sempre atribuímos os nossos revezes à fortuna e bem raras vezes aos nossos desacertos.  

– Todos se queixam. Uns dos males que padecem, outros da insuficiência, incerteza ou limitação dos bens de que gozam.

– Uma grande reputação é talvez mais incômoda que a insignificância pessoal.

– Quando a fortuna nos maltrata, recorremos à filosofia ou à religião para que nos console e conforte.

O Baile da Ilha Fiscal,
óleo sobre tela de Francisco Figueiredo, 1905
– Há muita gente para quem o receio dos males futuros é mais tormentoso que o sofrimento dos males presentes.

– Os empregos que por intrigas e facções se alcançam, por facções e intrigas se perdem.

– Os maus queixam-se de todos, os bons de poucos, os melhores de ninguém ou de si próprios.

– Agrada mais o nosso amor-próprio a companhia que nos diverte que a sociedade que nos instrui.

– A ignorância nos empregados públicos é talvez mais danosa do que a sua improbidade. Em um jardim causa menos detrimento um ladrão do que um jumento.

– A nossa imaginação gera fantasmas que nos espantam em toda a nossa vida.

– Quando não podemos gozar a satisfação da vingança, perdoamos as ofensas para merecer ao menos os louvores da virtude.

– Não é raro aborrecermos aquelas mesmas pessoas que mais admiramos.


– Ordinariamente nos fingimos distraídos quando nos não convém parecer atentos.